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quarta-feira, 15 de abril de 2015

Rescaldo do Benfica - Académica


Decorrido algum tempo sobre o jogo do passado sábado, justificam-se breves notas suscitadas pela análise do jogo e pela leitura das crónicas, comentários e críticas que nos últimos dias surgiram a propósito da exibição da Académica no Estádio da Luz.
É verdade que em circunstâncias normais a Académica perde na Luz. Dos 63 jogos, até hoje, disputados em Lisboa com o Benfica para a primeira liga, a Académica ganhou 4, empatou 4 e perdeu 55 (87%).
Perder na Luz é normal, não deslustra nem compromete os objectivos da Académica e não vale a pena recorrer a verdades do tipo “um orçamento de milhões contra tostões”, “são de outro campeonato”, “os plantéis não são comparáveis”, etc. para justificar uma derrota. Repetir, até à exaustão, argumentos que são indiscutíveis serve para afagar o ego, mas acaba por contribuir para mascarar uma exibição muito pobre.
Perder é normal, mas perder daquela forma é deprimente. O resultado não engana, mas pior que o resultado foi, na minha opinião, a exibição.
A Académica entrou no jogo retraída, submissa, com um temor quase reverencial perante um adversário que, desde o primeiro minuto, procurou ser pressionante, agressivo e dominador.
O ambiente, a pressão e a qualidade do adversário não justificam tudo. A estratégia idealizada (três centrais contra dois pontas de lança com grande mobilidade) desmoronou-se, como um castelo de cartas, ao fim de 11 minutos. Dois cruzamentos, um pela direita e outro pela esquerda e dois golos de cabeça, aos 8 e 11 minutos. Novo golo de penalti aos 19 minutos e, depois, seguiram-se sucessivas roturas provocadas pelo meio campo e pelos avançados do Benfica na defesa da Académica, que originaram mais dois golos a que se poderiam ter juntado mais dois ou três não fosse a exibição de Cristiano.
Ao descalabro defensivo juntou-se um contra ataque inexistente. Tirando o golo Rafael Lopes não me recordo de uma jogada com o mínimo de perigo junto da baliza do Benfica.
A emoção de Rafael Lopes após ter marcado o golo
Finalmente, as opções para a equipa inicial, apesar do número de jogadores impedidos por lesão ou castigo, não terão sido, na minha opinião, as melhores
Nada do que escrevemos põe em causa a entrega dos jogadores nem o excelente trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por José Viterbo desde que tomou conta da equipa.
Neste mesmo blogue publicámos duas crónicas, 26/02/2015 e 17/03/2015, em que elogiámos o trabalho de José Viterbo. Desta vez esteve menos bem. Omitir ou escamotear este facto não beneficia nem José Viterbo nem a Académica!


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