Decorrido
algum tempo sobre o jogo do passado sábado, justificam-se breves notas
suscitadas pela análise do jogo e pela leitura das crónicas, comentários e críticas
que nos últimos dias surgiram a propósito da exibição da Académica no Estádio
da Luz.
É
verdade que em circunstâncias normais a Académica perde na Luz. Dos 63 jogos,
até hoje, disputados em Lisboa com o Benfica para a primeira liga, a Académica
ganhou 4, empatou 4 e perdeu 55 (87%).
Perder
na Luz é normal, não deslustra nem compromete os objectivos da Académica e não
vale a pena recorrer a verdades do tipo “um orçamento de milhões contra tostões”,
“são de outro campeonato”, “os plantéis não são comparáveis”, etc. para
justificar uma derrota. Repetir, até à exaustão, argumentos que são indiscutíveis serve para afagar o ego, mas acaba por contribuir para mascarar uma
exibição muito pobre.
Perder
é normal, mas perder daquela forma é deprimente. O resultado não engana, mas
pior que o resultado foi, na minha opinião, a exibição.
A
Académica entrou no jogo retraída, submissa, com um temor quase reverencial perante
um adversário que, desde o primeiro minuto, procurou ser pressionante,
agressivo e dominador.
O
ambiente, a pressão e a qualidade do adversário não justificam tudo. A estratégia
idealizada (três centrais contra dois pontas de lança com grande mobilidade)
desmoronou-se, como um castelo de cartas, ao fim de 11 minutos. Dois
cruzamentos, um pela direita e outro pela esquerda e dois golos de cabeça, aos
8 e 11 minutos. Novo golo de penalti aos 19 minutos e, depois, seguiram-se sucessivas
roturas provocadas pelo meio campo e pelos avançados do Benfica na defesa da Académica,
que originaram mais dois golos a que se poderiam ter juntado mais dois ou três
não fosse a exibição de Cristiano.
Ao
descalabro defensivo juntou-se um contra ataque inexistente. Tirando o golo
Rafael Lopes não me recordo de uma jogada com o mínimo de perigo junto da
baliza do Benfica.
A emoção de Rafael Lopes após ter marcado o golo |
Finalmente,
as opções para a equipa inicial, apesar do número de jogadores impedidos por
lesão ou castigo, não terão sido, na minha opinião, as melhores
Nada
do que escrevemos põe em causa a entrega dos jogadores nem o excelente trabalho
que tem vindo a ser desenvolvido por José Viterbo desde que tomou conta da
equipa.
Neste
mesmo blogue publicámos duas crónicas, 26/02/2015 e 17/03/2015, em que
elogiámos o trabalho de José Viterbo. Desta vez esteve menos bem. Omitir ou
escamotear este facto não beneficia nem José Viterbo nem a Académica!
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