A
derrota contra o Gil Vicente complicou a luta pela manutenção. Perder em casa
contra um adversário directo, quando faltam quatro jogos para terminar o
campeonato, foi desastroso. A falta de qualidade e, em muitos períodos do jogo,
a falta de atitude da equipa conjugadas com algum desacerto táctico e na constituição da equipa foi
preocupante.
Num
post publicado neste blogue no dia seguinte á saída de Paulo Sérgio, intitulado
“O enigma de uma rescisão tardia”, escrevemos: “ Na presente época o
ex-treinador constituiu um grande problema, mas, infelizmente, não é o único. A
falta de qualidade da equipa, conforme se voltou a demonstrar no jogo do
passado domingo (Académica – Boavista), é, pelo menos, tão preocupante como era
a ineficácia do ex-treinador.”
Noutro
post, publicado duas semanas antes, intitulado “A Académica e a luta pela
manutenção”, tínhamos escrito: ”Na Académica é notório que existe um défice de
jogadores de qualidade, as dificuldades financeiras são muitas e o dinheiro não
abunda, ingredientes que criam um puzzle de difícil solução. Era obrigatório,
por isso, ter sido muito criterioso e selectivo nas escolhas efectuadas no
mercado de Janeiro. Ter-se-á sido?”
É
óbvio que não. Das quatro contratações do mercado de Janeiro apenas Esgaio se
revelou um reforço de grande qualidade, já que Cissé, Diallo e Makonda não
acrescentaram nada à equipa. Os responsáveis da Académica, mais uma vez,
falharam.
Tinham
falhado na preparação da época pois o ex-treinador foi um “erro de casting” e
muitos dos jogadores contratados não têm o mínimo de categoria para jogar na
primeira liga.
Voltaram
a falhar num momento crucial, como era o mês de Janeiro, não reforçando,
convenientemente, a equipa. Suponho que ninguém tem dúvidas, a não ser a Direção,
de que era preferível ter criado algum desequilíbrio financeiro, mas ter feito
outro tipo de contratações para minimizar o risco da despromoção, do que ter-se
caído na actual situação, até porque as consequências financeiras de uma
eventual descida de divisão serão catastróficas.
Como
se não fosse suficiente a reconhecida falta de qualidade da equipa parece
começar a desenhar-se o fim do chamado “efeito Viterbo” sobre a equipa.
José
Viterbo assumiu o comando técnico à 22ª jornada e até à 27ª jornada obteve 12
pontos em 6 jogos, mas nos últimos 3 jogos registou três derrotas consecutivas.
Se duas delas não surpreendem, pois foram contra o Benfica e Porto fora de
casa, a derrota contra o Gil Vicente foi traumatizante pelas expectativas que
se criaram em torno deste desafio, por ser contra um adversário directo, porque
a vitória teria dado, praticamente, a manutenção, porque a exibição foi má e
porque a atitude da equipa, em muitas fases do jogo, foi displicente.
Neste
blogue e na página do facebook “Pensar a Académica” já elogiámos, por diversas
vezes, José Viterbo. Desta vez, tal como tinha acontecido contra o Benfica e o
Rio Ave, o treinador da Académica não esteve bem.
Não
é admissível jogar em casa, com um forte apoio do público, contra uma equipa
que está na zona de despromoção, num desafio em que a vitória garantia a manutenção,
sem nenhum médio criativo e com três médios de cariz defensivo (Nuno Piloto,
Fernando Alexandre e Obiora), sendo que dois deles (Fernando Alexandre e
Obiora) só rendem na posição seis, já que nenhum tem características e
apetência para jogar na posição oito, posição em que foram utilizados,
alternadamente, na 1ª e 2ª parte do jogo com o Gil Vicente.
José
Viterbo, mais uma vez (como, já, tinha acontecido contra o Rio Ave) jogou para
o “pontinho”. Só que desta vez perdeu os três pontos, tal como, habitualmente,
acontece a quem joga para o empate!
Os
adeptos começam, com preocupação, a interrogar-se se o “efeito Viterbo” sobre a
equipa, que foi notório durante muitos jogos e que foi o elemento decisivo para
os bons resultados obtidos, estará a esfumar-se? Os sinais do último jogo não
são nada tranquilizadores! Oxalá estejamos completamente enganados!
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