A Académica
não ganhava desde a 6ª jornada realizada em 27 de Setembro do ano passado.
Foram necessários cinco meses e 14 jornadas para que acontecesse uma nova
vitória! Foi preciso rescindir com Paulo Sérgio, para ganhar um jogo e iniciar
a recuperação na tabela classificativa rumo à manutenção na 1ª Liga.
José Viterbo
assumiu, transitoriamente, a orientação da equipa e ganhou. Não é por isso que
é o melhor treinador do mundo ou o “miraculoso salvador” da Académica. Apenas,
provou-se à saciedade que a Gerência da SDUQ persistiu, durante semanas, numa
lamentável teimosia e que os adeptos tinham razão quando, reiteradamente,
exigiam a demissão de Paulo Sérgio.
Na semana
passada o tema da contratação do novo treinador proporcionou à imprensa um
guião digno de uma “telenovela mexicana”. Domingos Paciência, Fernando Couto,
Capucho, Costinha, Dauto Faquirá, José Peseiro, Manuel José, Lito, etc., etc.,
foram, sucessivamente, referenciados como potenciais treinadores da Académica.
Num dia
Domingos reunia as preferências, no dia seguinte estas já se tinham transferido
para Couto ou Capucho, noutro dia era a vez de um jornal escrever que Costinha
tinha recusado, noutro, ainda, Lito admitia ter tido contactos indirectos com a
Académica.
Em que
situação ridícula foi colocada a Académica! Se tivesse havido bom senso Paulo Sérgio
tinha sido demitido a seguir ao jogo com o Penafiel disputado em 21 Dezembro e,
nessa altura, sem o espectro da despromoção a pairar no horizonte, certamente
este triste espectáculo não teria ocorrido.
E agora?
Depois desta novela que outros nomes estarão, ainda, disponíveis?
Por outro
lado, estará criado um clima emocional, em torno do nome de José Viterbo a que
se associa um conjunto de factores inerentes ao próprio, que, neste momento,
parecem tornar difícil outra solução.
O clima
emocional resulta da vitória sobre o Estoril. Os sócios estavam, cada vez mais,
descrentes e esta vitória, que fica indiscutivelmente associada ao nome de José
Viterbo, renovou a esperança de que a manutenção é possível. Basta ter estado
no Estoril ou ver as redes sociais para nos apercebermos deste clima.
Os outros
factores decorrem do próprio José Viterbo. É um homem que conhece e sente a
Académica, tem a coragem de assumir este cargo num momento particularmente
difícil, mostra humildade ao aceitar o lugar sabendo que terá sido a última
escolha e tem um enorme estímulo adicional pelo facto de poder ter pela frente,
provavelmente, o maior desafio da sua vida, que é manter a Briosa na 1ª Liga.
Como
interpretar, então, o silêncio dos responsáveis da Académica sobre um assunto
tão importante como este: José Viterbo ou outra escolha? Será, apenas
indefinição? Ou, simplesmente, prudência? Ou, já existiria outra alternativa
que perante o resultado de domingo e, sobretudo, face ao ambiente criado em
torno de José Viterbo vai obrigar a um recuo? Aguardemos os próximos episódios.
Lito, Manuel José e Domingos por esta ordem seriam nomes com capacidade para dar a volta, mas há sempre outros nomes de que ninguém fala ou se lembra com vontade de vencer e de valor e José Viterbo é um deles.
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