No primeiro
post que publicámos, intitulado “Porquê este blogue?” escrevemos que o blogue Pensar a Académica “tem por objectivo reflectir sobre o presente
e o futuro da AAC/OAF. Reflectir sem preconceitos, sem temas interditos, sem
ideias pré-concebidas, sem idiossincrasias”.
Importa, neste momento tão efervescente, afirmar de
forma inequívoca que este blogue não partilha cumplicidades com quaisquer
grupos ou tendências, não defende interesses de quem quer que seja, não veicula
opiniões que não sejam, exclusivamente, as próprias. Não somos mensageiros de
ninguém. Pensamos livremente, escrevemos o que pensamos, publicamos sem censura
prévia. O que nos move é, exclusivamente, o que julgamos serem os superiores interesses
da Académica.
A Académica vive tempos difíceis. A época desportiva
foi muito mal preparada. A equipa é fraca, provavelmente, das piores dos
últimos anos. O ex-treinador foi um erro de “casting” e o seu despedimento,
inexplicavelmente, tardio. A expulsão de 10 jogadores juniores da Academia, nas
circunstâncias em que se processou, foi um episódio lamentável, discricionário
e, aparentemente, desnecessário. Enfim, a classificação da equipa na 1ª liga
não augura nada de bom.
Neste cenário sombrio terá lugar amanhã uma Assembleia
Geral que se prevê pouco pacífica e de onde a posição do Presidente da Direção
sairá, provavelmente, mais fragilizada.
A eternização em papéis de liderança acaba por
conduzir, em muitos casos, a gestões pouco clarividentes, a opções inadequadas,
a atitudes algo displicentes, ocorrendo, não raras vezes, um processo de
enquistamento progressivo que tornam a liderança cada vez mais autocrática e
tendencialmente autista.
Ao fim de 10 anos o ciclo do Eng.º José Eduardo Simões
como Presidente da Direção da Académica/OAF está esgotado.
Todavia, a memória dos homens, neste caso a dos sócios
da Académica, não pode nem deve ser curta.
Independentemente do juízo de valor que cada um de nós
faça sobre os actos praticados pelo Eng.º José Eduardo Simões enquanto
Presidente da Direção, sobre a sua postura autocrática, sobre os erros que
cometeu ou, ainda, sobre o seu difícil relacionamento com a massa associativa,
devemos reconhecer e valorizar, em nome da verdade, o que de positivo foi
alcançado ao longo dos últimos 10 anos, nomeadamente no plano desportivo e
patrimonial.
Reconhecer o que de positivo foi feito é uma questão
de honestidade intelectual que não é incompatível com a discordância, a crítica
assertiva ou o escrutínio de erros, já assinalados e veiculados nos post, até
agora, publicados neste blogue.
Finalmente, fica-nos uma dúvida: numa altura tão
crítica como a actual, em que a prioridade das prioridades deve ser a batalha
pela manutenção na 1ª Liga, terá sido este momento o mais oportuno para a
realização desta Assembleia Geral Extraordinária? Mas, por outro lado, será que
haveria melhor altura?