somos briosa

somos briosa

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Pare, Leia e Pense !

 
Importa perceber algumas das razões profundas que afectam o presente e podem comprometer o futuro da Académica. A análise de alguns números poderá permitir um interessante exercício de reflexão.
Nas 13 épocas desportivas que decorreram entre o início deste novo ciclo na 1ª Liga (época de 2002-03) e a presente época (2014-15) a Académica, segundo a pesquisa que efectuámos, inscreveu pela primeira vez 240 jogadores.
Destes 240 jogadores 100 (41,5%) eram portugueses, 19 (7,9%) vieram da formação do  clube e 18 (7,5%)  de ligas secundárias (Honra ou Campeonato Nacional de Seniores).
Da totalidade dos jogadores contratados entre 2002 e 2014, 93 (39%) permaneceram no clube duas ou mais épocas e 47 (19,6%) ficaram, pelo menos, três temporadas.

 
 
 
 
 




Que ilações se podem tirar destes números?

1ª Ilação

A Académica contrata muitos jogadores por época. Só esta temporada registaram-se 23 novas contratações, tantas como na época de 2002-03. Uma e outra foram, ao longo do período analisado, as duas temporadas em que um maior número de jogadores foi contratado.
De acordo com os dados do Atlas Digital (2014) do CIES Football Observatory http://www.football-observatory.com/Digital-Atlas a média nacional de contratações por época desportiva foi, entre 2009 e 2014, 13,8 enquanto a média da Académica foi de 17. Entre 2002 e a época actual a média de contratações da Académica por temporada foi de 18,5.

2ª Ilação

Os jogadores permanecem durante pouco tempo na Académica. Deste modo dificilmente haverá coesão, estabilidade e liderança no balneário.
De acordo com os dados do Atlas Digital do CIES  no período entre 2009 e 2014  cada jogador permaneceu na Académica , em média, uma época e meia enquanto a média nacional no mesmo período foi de 1,95.
Porquê um período de permanência tão curto? Várias hipóteses podem equacionar-se, mas, essencialmente, porque alguns jogadores de qualidade muito duvidosa (contratações por DVD?) são dispensados antes do contrato terminar, outros porque as renovações não são feitas atempadamente, outros, ainda, porque tendo alguma qualidade contribuem, com as respectivas transferências, para o equilíbrio financeiro da instituição.

3ª Ilação

A Académica não tem um gabinete de prospeção (scouting). Só assim se compreende que ao longo de 13 anos tenham sido recrutados na Liga de Honra ou no Campeonato Nacional de Seniores, apenas,18 jogadores.

4ª Ilação

A formação funcional mal ou os jogadores formados no clube não são potencializados. Na verdade,é surpreendente que em 13 anos, apenas, 19 jogadores juniores tenham atingido a equipa sénior e destes, somente, cinco ou seis alcançaram uma razoável projeção.
Creio que um ou outro não terá sido convenientemente potencializado ou, noutros casos,  o seu valor foi reconhecido tardiamente. Mas, sejamos realistas e analise-se imparcialmente a carreira das equipas de juniores da Académica nos últimos 13 anos. Penso que não será difícil concluir que a formação da Académica deixa muito a desejar. E chegados a este ponto voltamos a um dos problemas essenciais do futebol da Académica: a inexistência de um gabinete de prospeção. Um bom tema para um dos próximos post.

P.S.- O tema das contratações da Académica nos últimos dez anos foi recentemente abordado pelos blogues Eternamente AAC e Simplesmente Briosa. O Eternamente AAC publicou, também um post sobre a formação. Os números destas análises e os que hoje apresentamos não são totalmente coincidentes. As discrepâncias resultam, provavelmente, de se terem utilizado bases de dados diferentes e metodologias distintas.  

 

 
 
 

Sem comentários:

Enviar um comentário