Algumas
questões pertinentes justificam uma profunda reflexão e a procura de soluções que
permitam perspectivar um novo enquadramento para a Académica. Muito do presente
está directamente relacionado com a ausência de respostas ou com
respostas inadequadas a muitas questões e, em grande parte, um futuro diferente
passará por encontrar respostas ou respostas diferentes para estes problemas.
A Académica tem uma estratégia desportiva racional,
coerente e sustentável ou, mais simplesmente, a Académica tem alguma estratégia
desportiva?
Dois
exemplos paradigmáticos.Nas últimas dez épocas foram
contratados para a equipa profissional cerca de 170 jogadores, que corresponde a uma
média de 17 (!) jogadores por época. Entre 2009 e 2014 cada jogador permaneceu
em média na Académica, apenas, uma época e meia!
Para que
serve a equipa de sub-23?
È possível,
justifica-se, há suporte económico para criar uma equipa B? Existe algum estudo
sobre a viabilidade de uma equipa B?
Existe algum
departamento de prospeção e scouting? Se existe quantos jogadores vindos de
ligas inferiores ou, mesmo, dos escalões de formação integraram na última
década a equipa principal?
Que campanhas foram feitas nos últimos anos para
atrair novos sócios e mais espectadores ao estádio?
Em Dezembro
de 2014 o número de sócios era pouco superior a 13.000, dos quais cerca de 80 a
85% não tinham as quotas em dia.
Nas últimas
sete épocas, 2007 a 2014, o nº médio de espectadores no Estádio Cidade de
Coimbra foi de 4.846, número incomparavelmente inferior, por exemplo, ao
registado nos estádios de Guimarães e Braga.
A vitória na
Taça de Portugal foi potencializada? Lamentavelmente não. Repare-se neste
exemplo simples: o número médio de espectadores na época de 2011-2012, época da
vitória na Taça, foi de 5.181 e na época seguinte baixou para 3.594. Esta foi a
pior média dos últimos 7 anos, curiosamente a seguir a uma conquista histórica.
A Académica a Cidade e a Universidade.
Os anos
passam e o afastamento aumenta. Cada vez menos a cidade percepciona o clube
como uma das suas bandeiras e cada vez mais a Academia se distancia do clube.
Os milhares que receberam na noite de 20 de Maio de 2012 os vencedores da Taça,
pouco tempo depois reduziram-se aos cerca de 3.000 que, habitualmente, vão ao estádio
e aos cerca de 50 que marcam presença nas Assembleias Gerais.
A Académica uma referência desportiva do distrito de
Coimbra e da Região Centro.
Mas, quantas
Casas da Académica existem no distrito de Coimbra? Nenhuma. E na região Centro?
Três. E no resto do país? Três. Nos últimos anos alguém se preocupou em
implementar novas casas, instrumento indispensável para promover e
expandir a instituição?
A Académica e as suas camisolas negras são um elo de
ligação entre as sucessivas gerações que passaram por Coimbra.
Mas será que
existe algum relacionamento com as Associações de Antigos Estudantes de Coimbra
espalhadas pelo país? Alguma vez foram exploradas as inúmeras potencialidades
da Rede de Antigos Estudantes da Universidade de Coimbra? Alguma vez se
planificou e implementou uma campanha especificamente dirigida aos antigos
estudantes de Coimbra?
Finalmente, the last but
not the least, que tipo
de relações existe com Associação Académica de Coimbra, Casa-Mãe, da qual o OAF
é um Organismo Autónomo.
Nos últimos
8/10 anos os Presidentes da Direção Geral da AAC tinham particular simpatia
pelo OAF, inclusivamente alguns deles são sócios e adeptos indefectíveis da
Briosa. Que proximidade, que cumplicidades, que sinergias se estabeleceram
durante estes anos entre o OAF e a AAC?
Pensar a
Académica
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