somos briosa

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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

(Re)Pensar a estratégia

 
 
Nas 80 épocas desportivas que decorreram entre 1934-35 e 2014-15 a Académica disputou 61 campeonatos da 1ª liga e 19 da 2ª. Entre 1934-35 e 2001-02 registaram-se 49 presenças na 1ª liga e entre 2002-03 e 2014-15, 12 participações. Só dois períodos, 1934-35 a 1947-48 com 14 presenças consecutivas e 1950-51 a 1971-72 com 23 presenças, superaram o actual (2002-03 a 2014-15) que regista 12 presenças consecutivas.

Nas 49 presenças verificadas entre 1934-35 e 2001-2002 na 1ª liga, a Académica conquistou uma vez o 2º lugar (1966-67), duas o 4º (1964-65 e1967-68) e duas o 5º (1970-71 e 1976-77). De 2002-03 a 2014-15 a melhor classificação obtida foi o 7º lugar na época 2008-09.

Entre 1934-35 e 2001-02 atingiu sete vezes as meias-finais da Taça de Portugal (1939,1944,1951,1955,1967,1969,1983), quatro vezes a final (1939,1951,1967, 1969) que venceu uma vez (1939). No último período, 2002-03 a 2014-15, alcançou duas vezes as meias-finais (2011 e 2012) e uma vez a final que venceu (2012).Neste período atingiu, também, as meias-finais da Taça da Liga (2011).

Entre 1934-35 e 2001-02 participou por três vezes em competições europeias,1967-68,1969-70 e 1970-71. No último período assinala-se uma participação na Liga Europa, 2012-13.

Aparentemente, os resultados desportivos obtidos entre 2002-03 e 2014-15 são bons, tanto mais que muita coisa mudou no futebol nos últimos anos, não sendo legítimo comparar duas realidades tão diferentes, a actual e outra de há 40 ou 50 anos.

Escrevemos aparentemente, porque uma vez estabilizada a equipa na primeira liga, após 14 anos quase consecutivos de 2ª liga (com excepção da época de1997-98), os adeptos esperavam e desejavam outra ambição que projectasse a Académica para novos e mais desafiantes patamares competitivos.

Todavia, o objetivo, época após época, tem-se limitado à manutenção como comprovam as classificações obtidas. Apenas, nas épocas de 2008-09 e 2013-14 a classificação situou-se na primeira metade da tabela. Nas restantes a luta foi, invariavelmente, contra a despromoção.

 
 
 



A manutenção, embora deva ser o primeiro objetivo (esta época nem pode ser outro!) é, por si só, muito redutora para uma instituição com o prestígio, a história e as potencialidades da Académica. Mas será que há vontade e determinação para definir uma estratégia com objetivos mais ambiciosos? É que tal estratégia pressupõe uma nova forma de pensar, planear e executar a gestão desportiva do futebol da Académica.
 
 

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Coimbra-Penafiel: Académica,un monument du foot portugais est en danger

 
 


Académica um monumento do futebol português está em perigo, é o título de um artigo publicado há cerca de um mês no EuroSport. Para quem nunca o leu vale a pena ler. Para quem já o leu vale a pena reler. Ler ou reler, mas, sobretudo, reflectir sobre este texto.
http://eurovisions.eurosport.fr/football/coimbra-penafiel-academica-un-monument-du-foot-portugais-est-en-danger_sto4520128/story.shtml
 
 
 
 
 
                                                                                                                                              


 

 
 


 

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Cissé e Esgaio na Académica

 
De acordo com o comunicado publicado esta noite pela Sporting SAD no site oficial deste clube, os jogadores Ricardo Esgaio e Salim Cissé foram emprestados à Académica até final da presente época.


Isto começa a ficar preto!

 
 
 
A gerência da AAC/OAF SDUQ informou durante a tarde de hoje, que chegou a acordo para a rescisão de forma amigável do contrato de trabalho do jogador Thiago Santos (vulgo Schumacher). Segundo o site oficial a rescisão do contrato “resulta única e exclusivamente de razões de índole pessoal e familiar”.
Independentemente das razões para a rescisão, que parecem não ter sido as que são oficialmente invocadas, o que é facto é que Schumacher terá sido uma aposta pessoal do treinador Paulo Sérgio. A ser verdade estamos perante mais um erro de casting deste senhor a juntar aos inúmeros erros cometidos desde o início da época por ele próprio, pelo Director Desportivo e pelo Presidente da Direção.
A seis dias do encerramento do mercado, mais um problema a juntar a tantos outros. Isto está mesmo a ficar muito preto!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

A Académica e o mercado de Janeiro


Tripy Makonda, lateral esquerdo, é, quando falta uma semana para fechar o mercado de Janeiro, a única contratação anunciada pela Académica. Jogador internacional pelos escalões jovens da França, fez a sua formação no Paris Saint-Germain onde esteve até 2011, transferindo-se, depois, para o Stade Brestois , clube pelo qual participou na  1ª Liga francesa nas épocas 2011-12 e 2012-13 e na 2ª Liga nas temporadas seguintes. Até ao final da época de 2013-14, isto é durante 6 temporadas, Makonda efectuou na 1ª e 2ª Liga francesas, 30 jogos como titular e 14 como suplente utilizado. Na presente época, até chegar a Coimbra, o seu registo foi de 4 jogos como titular e 7 como suplente utilizado, totalizando 470 minutos.
O mercado de Janeiro permite, essencialmente, que as equipas contratem reforços para as posições em que se encontram mais carenciadas. São contratações cirúrgicas que devem ser feitas criteriosamente para que a margem de erro seja mínima e o insucesso residual. Este aspecto é, particularmente, relevante quando, como é o caso da Académica, a classificação dos clubes é muito preocupante e o dinheiro não abunda.
É verdade que na Académica o treinador é um problema, mas não o único. A falta de qualidade da equipa é, pelo menos, tão preocupante como a ineficácia do treinador. À notória falta de qualidade acresce um problema de quantidade dada a ausência, por um período mais ou menos prolongado, de alguns jogadores: Qualembo e Salli estão no CAN; Aderlan e Schumacher recuperam de  microroturas na coxa; Ivanildo vai ter uma paragem prolongada em virtude de ter sido operado, no final da semana passada, a uma fractura de um metatarso; Magique, outra paragem prolongada, por ter contraído uma rotura muscular na coxa durante o jogo contra o Sporting.
Perante este cenário impunha-se, para evitar a tragédia desportiva e financeira que seria a despromoção, reforçar a equipa com três ou quatro jogadores: um lateral-esquerdo, um médio, um extremo e um ponta de lança.
Destes, quando falta uma semana para fechar o mercado, só o lateral-esquerdo foi anunciado. Partindo do princípio que Makonda está apto para jogar é legítimo perguntar se no mercado português não haveria nenhum lateral-esquerdo, jovem ou menos jovem, que tivesse um curriculum, pelo menos, idêntico ao apresentado por este jogador?
E as outras indispensáveis contratações? Ficam para a próxima época? Aguardam pelo regresso de férias do Senhor Presidente? Trará o Senhor Presidente mais um contentor de jogadores brasileiros? Ou, muito simplesmente, a afirmação do Vice-Presidente Luís Godinho, “a solução está dentro de casa”, foi premonitória?
Aguardemos o que se irá passar até ao encerramento do mercado. Uma certeza podemos ter desde já: empréstimos do Benfica, Sporting e, mesmo, do Porto só por milagre!

Pensar a Académica 

 

domingo, 25 de janeiro de 2015

Tópicos para Reflexão


 Algumas questões pertinentes justificam uma profunda reflexão e a procura de soluções que permitam perspectivar um novo enquadramento para a Académica. Muito do presente está directamente relacionado com a ausência de respostas ou com respostas inadequadas a muitas questões e, em grande parte, um futuro diferente passará por encontrar respostas ou respostas diferentes para estes problemas.

A Académica tem uma estratégia desportiva racional, coerente e sustentável ou, mais simplesmente, a Académica tem alguma estratégia desportiva?

Dois exemplos paradigmáticos.Nas últimas dez épocas foram contratados para a equipa profissional cerca de 170 jogadores, que corresponde a uma média de 17 (!) jogadores por época. Entre 2009 e 2014 cada jogador permaneceu em média na Académica, apenas, uma  época e meia!
Para que serve a equipa de sub-23?
È possível, justifica-se, há suporte económico para criar uma equipa B? Existe algum estudo sobre a viabilidade de uma equipa B?
Existe algum departamento de prospeção e scouting? Se existe quantos jogadores vindos de ligas inferiores ou, mesmo, dos escalões de formação integraram na última década a equipa principal?

Que campanhas foram feitas nos últimos anos para atrair novos sócios e mais espectadores ao estádio?

Em Dezembro de 2014 o número de sócios era pouco superior a 13.000, dos quais cerca de 80 a 85% não tinham as quotas em dia.
Nas últimas sete épocas, 2007 a 2014, o nº médio de espectadores no Estádio Cidade de Coimbra foi de 4.846, número incomparavelmente inferior, por exemplo, ao registado nos estádios de Guimarães e Braga.
A vitória na Taça de Portugal foi potencializada? Lamentavelmente não. Repare-se neste exemplo simples: o número médio de espectadores na época de 2011-2012, época da vitória na Taça, foi de 5.181 e na época seguinte baixou para 3.594. Esta foi a pior média dos últimos 7 anos, curiosamente a seguir a uma conquista histórica.

A Académica a Cidade e a Universidade.

Os anos passam e o afastamento aumenta. Cada vez menos a cidade percepciona o clube como uma das suas bandeiras e cada vez mais a Academia se distancia do clube. Os milhares que receberam na noite de 20 de Maio de 2012 os vencedores da Taça, pouco tempo depois reduziram-se aos cerca de 3.000 que, habitualmente, vão ao estádio e aos cerca de 50 que marcam presença nas Assembleias Gerais.

A Académica uma referência desportiva do distrito de Coimbra e da Região Centro.

Mas, quantas Casas da Académica existem no distrito de Coimbra? Nenhuma. E na região Centro? Três. E no resto do país? Três. Nos últimos anos alguém se preocupou em implementar novas casas, instrumento indispensável para promover e expandir a instituição?

A Académica e as suas camisolas negras são um elo de ligação entre as sucessivas gerações que passaram por Coimbra.

Mas será que existe algum relacionamento com as Associações de Antigos Estudantes de Coimbra espalhadas pelo país? Alguma vez foram exploradas as inúmeras potencialidades da Rede de Antigos Estudantes da Universidade de Coimbra? Alguma vez se planificou e implementou uma campanha especificamente dirigida aos antigos estudantes de Coimbra?

Finalmente, the last but not the least, que tipo de relações existe com Associação Académica de Coimbra, Casa-Mãe, da qual o OAF é um Organismo Autónomo.

Nos últimos 8/10 anos os Presidentes da Direção Geral da AAC tinham particular simpatia pelo OAF, inclusivamente alguns deles são sócios e adeptos indefectíveis da Briosa. Que proximidade, que cumplicidades, que sinergias se estabeleceram durante estes anos entre o OAF e a AAC?

 
Pensar a Académica

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

O porquê deste blogue


 
“Os homens distinguem-se entre si também neste caso: alguns primeiro pensam, depois falam e, em seguida, agem; outros, ao contrário, primeiro falam, depois agem e, por fim, pensam”. (Leon Tolstoi)


Pensar a Académica tem por objectivo reflectir sobre o presente e o futuro da AAC/OAF. Reflectir sem preconceitos, sem temas interditos, sem ideias pré-concebidas, sem idiossincrasias. Reflectir porque, como se escrevia no texto de apresentação do primeiro e único Congresso da Briosa que se realizou no dia 1 de Abril de 1995, o que está verdadeiramente em causa é saber “o que tem de ser mudado entre nós para que jamais nos mudem a nós”.

A Académica vive, provavelmente, um dos momentos mais delicados da última década. Razões próximas e mais conjunturais, a pior primeira volta dos últimos dez anos (17 jogos, 1 vitória, 12 pontos, antepenúltimo classificada) e reflexos de umas eleições que deixaram a instituição bipolarizada e razões mais profundas e mais longínquas que se prendem com diferentes sensibilidades na forma de ver a instituição, desencadearam um clima de intranquilidade, perplexidade e profundas clivagens na família academista.

Enquanto não há sinais do prometido Congresso da Académica (promessa eleitoral das duas listas candidatas ao ultimo acto eleitoral), importa reflectir sobre algumas questões essenciais para o presente e futuro da Académica. Questões que a todos preocupam e para as quais é preciso encontrar respostas que permitam traçar um rumo que permita a dinamização e o crescimento da instituição, que seja sustentável no plano financeiro e mais ambicioso no plano desportivo.
 
Pensar a Académica