1
- Se a situação financeira da Académica corresponde àquilo que, aqui e acolá,
se vai ouvindo, sendo que algumas das informações são provenientes de fontes
fidedignas e, normalmente, muito bem informadas, é legítimo concluir que o
momento actual é grave e muito preocupante. Algumas notas soltas ilustram o que
acabámos de escrever:
a - A receita das transmissões televisivas
(500.000 euros) e as verbas obtidas com as receitas extraordinárias, venda da
sede dos Arcos e dos direitos desportivos do atleta Pedro Nuno, fundo de
solidariedade da UEFA e divida paga pela Camara Municipal (cerca de um milhão e
cem mil euros), já toram gastas.
b - As receitas das quotas e dos lugares
cativos diminuíram, significativamente, relativamente à época transacta. De
igual modo a receita da bilhética terá sofrido uma redução de 85%.
c - Neste
momento não existe liquidez e, muito recentemente, terá sido obtido, para
pagamento de salários em atraso, um financiamento bancário com o aval pessoal
de três membros da Direção. Obviamente que nenhum dos avalistas foi o ex -
presidente.
d - Até
ao fim da corrente época vão ser necessário, no mínimo, mais 250.000 euros.
e - Os
pagamentos ao fisco e á segurança social terão sido, até agora, acautelados.
f - A Académica
tem cerca de trinta funcionários (não incluindo jogadores e técnicos) que correspondem
a um encargo mensal de, pelo menos, 50.000 euros. Nada foi feito, até agora,
para ajustar esta receita mensal à realidade de um clube que está numa situação
de emergência financeira e milita na 2ª liga.
2
- De acordo com algumas estimativas serão precisos para pagamento de dívidas e
garantir a sustentabilidade financeira da próxima época tendo como objectivo a
subida à 1ª Liga, cerca de dois milhões e meio de euros.
Tarefa
muito difícil e complexa que exige, para quem tiver que a enfrentar, coragem,
determinação, dedicação, experiencia de gestão, conhecimentos do e no mundo do
futebol e uma rede de contactos na área financeira e empresarial.
Não
duvidamos da paixão pela Académica, da boa vontade, dedicação, empenho e, até,
coragem dos elementos da actual direção que permaneçam em funções, nomeadamente
de quem, entre eles, vier a assumir, de acordo com os estatutos, o cargo de
Presidente.
Mas,
serão estes atributos uma condição suficiente para enfrentar, com êxito, a
tarefa ciclópica que se antevê? Temos algumas dúvidas.
3
- Em nossa opinião seria desastroso, nesta altura, convocar eleições, pelo que
a solução que, neste momento, nos parece mais realista e que melhores condições
teria para enfrentar esta crise seria uma Comissão de Gestão.
Esta
Comissão deveria englobar os membros da actual direção e outras personalidades
que, pelas suas especificidades, abrangessem os atributos anteriormente
referidos (experiencia de gestão, conhecimentos do e no mundo do futebol e uma
rede de contactos na área financeira e empresarial), teria um carácter transitório
e no prazo de um ano deveriam ser convocadas eleições.
4
- Não ignoramos que os actuais estatutos não contemplam a figura de uma
Comissão de Gestão, mas perante uma situação de crise, como a que vivemos, são admissíveis
medidas transitórias de carácter excepcional.
Estamos
convictos que esta solução seria ratificada por uma Assembleia Geral. Assim o
Senhor Presidente da Assembleia Geral interiorize que esta seria a melhor
solução e a proponha aos sócios!
Em
nome da Académica e pelo futuro Académica chegou o momento de acabar com as discussões
estéreis, com as lutas fratricidas e com os ódios de estimação!
1. A actual direcção mostrou incapacidade para dar a volta à situação financeira do clube. Não se aceite que se contrate um jogador no Verão para no Inverno se descobrir que não há dinheiro para o seu salário. É gestão básica.
ResponderEliminar2. A situação é muito complicada e de difícil resolução.
3. Falta transparência na gestão da Académica. Saber-se por portas travessas o estado das contas não é admissível.
4. Não consigo aceitar uma cooptação, por muito que os estatutos o admitam, especialmente depois da pouca gestão feita neste último ano. Agradeço muito o espírito de missão desta direcção mas há coisas simples como a transparência que não posso deixar de criticar.
5. Concordo plenamente com uma Comissão de Gestão que inclua todos os que querem ajudar. Também concordo com eleições. Quem gerir a Académica tem de ter todo o poder democrático e isso só se consegue ouvindo os sócios. Se é para quebrar regras, prefiro que quebrem as regras relativas a eleições e elas possam ser feitas com prazos mais acelerados.
6. Esta demissão já foi sui generis. Não adicionemos a isso uma escolha do Presidente feita 'à porta fechada' por uma qualquer elite academista. Não é bom para a briosa nem para o enfraquecido Presidente.