A
despromoção da Académica criou uma situação dramática não só no plano desportivo
como no financeiro.
Às
debilidades financeiras resultantes de um passivo significativo juntam-se
necessidades imediatas/curto prazo relacionadas com dividas à Autoridade Tributária
e à Segurança Social, reforma de letras, rescisões de contratos com muitos dos
actuais 17 jogadores que têm vínculo contratual até 2017, redimensionamento da
estrutura que conta com um número excessivo de funcionários e construção de uma
equipa minimamente competitiva para disputar a 2ª Liga mesmo que não seja com o
objectivo de subir na próxima época.
Acresce
que a partir de 30 de Junho os cofres deverão ficar vazios porque cessa o
contrato de cedência dos direitos televisivos e a maioria dos contratos com
patrocinadores.
Em
contrapartida, as receitas vão diminuir drasticamente, particularmente o
retorno dos direitos televisivos, que constituíam, até agora, o principal
suporte orçamental, dos contratos publicitários e da bilhética, sobretudo
porque na 2ª Liga não há jogos contra o Benfica, Sporting e Porto. Não
andaremos muito longe da realidade se apontarmos para uma redução nas receitas
da ordem de dois a dois milhões e meio de euros!
Como
e onde se vai buscar dinheiro que proporcione, no imediato, liquidez e que
durante a época minimize a redução significativa das receitas, já que a redução
de despesas com jogadores e funcionários e a contenção e racionalização dos
gastos ajuda mas não será suficiente?
Tarefa
muito difícil que exige experiencia, engenho, credibilidade, coragem e grande
capacidade de “net working” para encontrar parceiros que estejam dispostos a
ajudar porque acreditam na capacidade e potencialidades da marca
Académica.
Os
sócios terão a última palavra quer na Assembleia Geral do próximo dia 19 quer
no acto eleitoral marcado para o dia 11 de Junho.
É
imprescindível, por isso, que os sócios tenham consciência que estamos numa
situação de emergência e que todos não somos muitos para a enfrentar. Não é o
tempo para posições sectárias ou guerras fratricidas, mas é a hora de conciliar
e não de segregar, de agregar e não de dividir, de procurar soluções e não de
inventar mais problemas. Só unidos e solidários conseguiremos ultrapassar esta
situação.
Em
nossa opinião, após a demissão da direção este processo não foi conduzido da
melhor maneira. A marcação imediata de eleições foi um acto precipitado que não
teve em conta nem a complexidade de problemas desportivos e financeiros que se
vão colocar à nova direção nem a escassez de tempo que ela terá para os resolver.
Pensamos
que a nomeação de uma Comissão Administrativa teria sido a solução que, neste
momento, melhor defenderia os interesses da Académica. Desde logo porque sendo
nomeada na Assembleia de 19 de Maio disporia de 41 dias até ao início da época enquanto
a direção que vier a ser eleita, apenas, terá 18 dias. Depois porque sendo uma
comissão de gestão com caracter transitório (4 a 6 meses) seria previsível que
se pudesse constituir um elenco agregador, credível e suficientemente forte
para enfrentar este primeiro embate. Finalmente, porque a marcação das eleições
para uma data posterior daria mais tempo para o aparecimento de projectos
credíveis e sustentáveis.
Pelo
futuro da Académica desejo que não nos venhamos a arrepender por não ter sido
nomeada uma Comissão Administrativa.
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