No
dia 1 de Abril de 1995 realizou-se o Primeiro Congresso da Briosa que
constituiu um marco essencial no processo de reflexão sobre o futuro do
Organismo Autónomo de Futebol.
No
texto em que o Congresso foi anunciado escrevia-se “ é preciso saber o que tem de mudar entre nós para que jamais nos
mudem a nós”, ideia base que inspirou as três linhas orientadoras da
reunião: 1 - Reencontrar o caminho das vitórias; 2 - Afirmar a Académica como
quarto clube nacional; 3 - Preparar o futuro assumindo o passado.
Dos
três painéis que constituíram o programa e do debate que decorreu durante todo
o dia com intervenções de diversos sócios, resultaram 12 propostas que foram
apresentadas pela Comissão Executiva do Congresso à Direção.
Vinte
e dois anos e sete meses depois, no próximo dia 4 de Novembro, realiza-se o
Segundo Congresso, agora chamado da Académica, cujo objectivo, de acordo com a
nota inserta no site oficial do OAF, é “
recordar a história do clube, o espirito academista, as vivências dos seus
associados e promover o debate conjunto sobre o futuro da Briosa através da
partilha de conhecimentos e de boas práticas, de experiencias e ideias entre
profissionais do sector e os sócios da Académica. Um debate que vai decorrer da
parte da manhã e que terá dois momentos distintos: um dedicado à formação e
outro à sustentabilidade do clube.”
Louve-se
e saúde-se esta iniciativa cuja realização já deveria ter ocorrido há muito
tempo, mas que nunca encontrou eco em anteriores direções, fruto do espirito
autocrático do ex - Presidente profundamente avesso ao confronto de opiniões.
Todavia,
custa perceber como é que se circunscreve a uma manhã, no máximo três horas e
meia, o tempo destinado ao cerne deste Congresso, isto é aos dois únicos
painéis programados que incluem intervenções de sete oradores convidados e ao
debate com a assistência.
Custa,
também, perceber como é que nestes oradores convidados não se encontra nenhum
orador ligado à Académica com excepção de Pedro Roma, que surge no painel sobre
a formação como treinador de guarda - redes dos escalões de formação da F.P.F.
Finalmente,
custa, ainda, perceber como é que não foi reservado um espaço para comunicações,
submetidas a prévia inscrição, de sócios da Académica quando um dos temas em
debate, a sustentabilidade financeira, é, particularmente, fulcral para o
presente e futuro da instituição.
Recorde
- se, a este propósito, as afirmações do actual Presidente da Direção, Pedro Roxo,
insertas numa entrevista que concedeu ao Diário de Coimbra no passado dia 17 de
Setembro. “Aquilo que entendo que esta
direção pode fazer para o futuro da Académica é colocar à discussão um modelo
de SAD que se enquadre naquilo que são os princípios da Académica. A Académica
pode discutir não entre uma SAD ou uma SDUQ, mas começar por pensar que se
algum dia houver necessidade de uma SAD quais serão os moldes em que essa SAD
poderá ser feita, beliscando o mínimo possível aquele que é o ADN da Académica.
Mas, essa é uma discussão que deverá ser feita pelos sócios e à margem da
direção…” .
Não
teria sido este Congresso o local adequado para debater esta questão,
indubitávelmente associada à sustentabilidade financeira da instituição?