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segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Alienar património é a solução?




 
Não é novidade para ninguém que a Académica/OAF atravessa uma situação financeira muito delicada. Não é novidade hoje, como já não era a 12 Junho quando a actual direção tomou posse.
Independentemente das (muitas) responsabilidades que têm de ser imputadas à anterior direção, independentemente dos eventuais “esqueletos no armário” que esta direção possa ter encontrado, é absolutamente incontornável que as repercussões financeiras da despromoção à 2º Liga, traduzidas por uma diminuição de 3,5 milhões a 4 milhões de euros nas receitas anuais, são, só por si, suficientemente gravosas para gerarem uma situação financeira dramática. 
A intervenção que o Presidente da Direção fez na última Assembleia Geral em que lançou graves acusações à gestão anterior pecou, em nossa opinião, por não ter sido sustentada nos resultados de uma auditoria externa e por não ter apresentado um plano para a recuperação financeira da instituição.
As suspeições que, ao longo dos últimos anos, se lançaram sobre anteriores actos de gestão exigiam, para o cabal esclarecimento da actual situação financeira e das suas causas, que se tivesse realizado uma auditoria externa. Os resultados desta auditoria teriam desfeito as dúvidas que, eventualmente, pudessem existir e, sobretudo, teriam sustentado e credibilizado as acusações feitas. Não existindo resultados de uma auditoria todas as especulações são legítimas!
Se a não realização de uma auditoria se pode (?) justificar por dificuldades financeiras (uma auditoria custa dinheiro, mas não o valor que tem sido propalado) dificilmente se compreende e aceita a ausência de um plano de recuperação financeira. Se, por acaso, existe os sócios desconhecem e dele deviam ter conhecimento, porque não basta serem, apenas, confrontados com pedidos de autorização para alienação do património da instituição.
Falhado o negócio da venda do passe do Pedro Nuno, a Direção solicitou autorização para efectuar uma operação financeira denominada leaseback sobre Academia Briosa XXI, que foi concedida na Assembleia Geral realizada no passado dia 23 de Setembro.  Na altura os espíritos menos optimistas duvidaram e questionaram sobre a  exequibilidade desta operação, argumentando que a Académica apenas é proprietária do edificado já que os direitos sobre os terrenos cessam ao fim de 50 anos.
No entanto, na opinião da Direção, esta objeção não teria fundamento, porque a operação estava bem encaminhada e, apenas, faltaria a autorização da Assembleia Geral para se poder concretizar.
Afinal, como era previsível, a operação não foi autorizada pela instituição bancária envolvida no negócio e por isso a Direção solicitou a convocação de uma nova Assembleia Geral Extraordinária, que está marcada para o próximo dia 11, cujo objectivo primordial é “Analisar, discutir e votar a proposta da Direção para que lhe seja concedida autorização para a alienação ou oneração de bens imóveis”.
Falhado o negócio da Academia a Direção pretende, agora, alienar, em condições ainda não conhecidas, o edifício da antiga sede do C.A.C. localizado nos Arcos do Jardim, o único património da instituição disponível para este tipo de operações dada a hipoteca do Pavilhão Jorge Anjinho e as condicionantes que impedem a alienação da Academia.
Sem um plano de recuperação financeira a Direção limita-se a alienar património para resolver problemas de gestão corrente.
Mas, se a venda do edifício dos Arcos do Jardim for concretizada, esgota-se o património susceptível de ser alienado. E quando acabar a verba (700.000? 900.000 euros?) resultante desta venda, qual será o passo seguinte?
A Direção tem o dever de responder a esta pergunta e os os sócios têm o direito de exigir, na próxima Assembleia Geral, uma resposta clara, objectiva e inequívoca! Até porque o equilíbrio da situação financeira da Académica passa, indubitavelmente, pelo regresso à primeira liga e este objectivo está, a curto prazo, cada vez mais longe!

 

 

E quando acabar o património vendável e esgotado o dinheiro das vendas, qual será a opção que se seguirá? Entregar a instituição a uma Comissão de Gestão? Constituir uma SAD? Fechar a porta? E quando acabar o património vendável e esgotado o dinheiro das vendas, qual será a opção que se seguirá? Entregar a instituição a uma Comissão de Gestão? Constituir uma SAD? Fechar a porta?

 

 


 

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