O
que se passou na Assembleia Geral da passada terça-feira é absolutamente
lamentável e espelha o estado a que a instituição chegou.
Dos
6 pontos da Ordem de Trabalhos constantes do aviso convocatório, 5 foram
retirados a pedido da Direção e a Assembleia, esvaziada da sua agenda, limitou-se
ao ponto 1 (Informações). A razão invocada para retirar o ponto 2 (apreciação e
votação do relatório e contas da direção) foi o facto de as contas não terem
sido disponibilizado para consulta dos sócios no prazo estatutário e não o
foram porque não estava prontas. Os pontos 3 (autorização para aprovação do
relatório de gestão e contas da SDUQ), 5 (continuidade do futsal) e 6
(apresentação de garantias em processos de dividas) foram retirados porque
tinham relação directa com a aprovação do ponto 2, enquanto o ponto 4, relativo
à apresentação do plano estratégico para o Pavilhão, foi retirado por pressão
da própria Assembleia.
A
apresentação do relatório e contas é um momento essencial de uma instituição na
qual os sócios escrutinam a actividade de uma Direcção e legitimam o seu
exercício anual. Não o ter feito é una clara violação dos estatutos, espelha o
sentimento de impunidade que perpassa por esta Direcção e é mais um exemplo do
estado de desagregação que se atingiu.
Mas,
ter convocado esta Assembleia Geral sem a garantia que o Relatório e Contas
seria atempadamente disponibilizado foi, no mínimo, imprudente. Não ter
desconvocado a Assembleia quando se constatou que o Relatório e Contas não
estava disponível para consulta nos 10 dias que antecederam a realização da
Assembleia e sendo, desde há dias, previsível o desfecho que acabou por
acontecer foi um acto desnecessário e gratuito, que expôs, mais uma vez, a
instituição a um episódio caricato e ao descrédito da opinião pública. E a Mesa
da Assembleia Geral tem por obrigação proteger a instituição e defender
os seus superiores interesses.
Mas
nesta Assembleia, infelizmente, não ficámos por aqui.
Durante as informações o Presidente da Direção declarou que a
partir de agora estavam disponíveis para consulta dos sócios e da comunicação
social todos os documentos e ofícios que, desde 2004, foram trocados entre a
AAC / OAF e a Câmara Municipal de Coimbra. Espantoso! Que entidade, pública ou
privada, quer, depois desta declaração, negociar seja o que for com a AAC/0AF?
Noutro momento o Presidente quando questionado por um associado sobre
que ilações tinha tirado do resultado da moção de censura aprovada na
Assembleia de 19 de Fevereiro, respondeu remetendo para a votação que tinha
obtido nas últimas eleições. Deliciosa resposta!
Finalmente, assistiu-se a um episódio de como não deve ser o relacionamento
institucional entre dois órgãos sociais da mesma instituição. O Presidente da
Direção começou a falar sem que para isso tivesse sido autorizado e o Presidente
da Assembleia Geral proibiu-o! De imediato, a Assembleia foi suspensa até que houvesse
condições para a retomar
Tudo isto, mas mesmo tudo, é lamentável!
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